terça-feira, 17 de junho de 2008

A dança da criança

Certa vez vi um seriado americano de ficção científica que fala sobre o domínio do mundo pelas máquinas. É um seriado interessante porque trata do que é ser humano e o que é ser máquina, e porque a máquina mesmo em sua perfeição não atinge níveis humanos. Em um dos episódios, uma robô escuta de uma professora de balé que “a dança é a linguagem da alma”.

Parei para pensar se a criança, em sua ingenuidade de brincar, movimentar e dançar não estaria utilizando uma linguagem diferente da que costumamos acreditar (aquela que é falada, escrita...). Foi então que comecei a acreditar que a criança não pode ser educada através da arte sem serem levadas em conta as inumeráveis significações que ela é capaz de fazer com o mundo sensível a partir de seu próprio corpo .

Isso me faz pensar, ou repensar, o papel do educador de dança na escola. Será que devemos ficar restritos às aulas de técnicas dentro do studio ou academia de dança, ou começar a explorar a infinidade de possibilidades da escola, da comunidade em geral? E começar da base: onde houver criança, pois é lá que está o movimento puro, a dança ingênua e real, a linguagem da alma...

Acredito numa educação corporal da criança para que esta possa se colocar como indivíduo pensante e criativo e que, apesar da pouca idade, possa ser capaz de se expressar e se posicionar diante do outro.



“O corpo em movimento, na sua agitação emocional e criativa, não é admitido na escola senão durante o ‘recreio’ quando o professor vigia e a rigor observa, evitando misturar a sua autoridade a esses jogos pueris. É a vida muito tempo controlada que explode. A nós, é precisamente essa vida, esse movimento que interessam, e com os quais queremos trabalhar porque são a única expressão verdadeira da criança”. Lapierre e Acouturier (Simbologia do Movimento - Ed. Artes Médicas, Porto Alegre.)

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